Eu te odeio. Sim, isso mesmo o que você, ex amor da minha vida, ouviu: a partir de hoje, eu te odeio.
E te odiar, no momento, é algo vital para mim, indo pelo fato de que eu sempre necessitei sentir algo devastador por você. Se eu não te odiar, fico numa situação meio difícil, porque 8 ou 80 sempre foi meu lema e depois que você me maltratou durante meses, alimentou minhas esperanças e depois me escorraçou da sua vida feito uma cadela, tenho mais é que te odiar mesmo!
De repente eu me dei conta do quão ilógico era te amar tão insandecidamente, sendo que você - que devia ser o principal interessado - nunca deu a mínima para as minhas juras de amor eterno, você sempre esteve tão... frio. E hoje percebo quantas cenas ridículas eu fiz e quantos surtos eu dei e quão bobas foram as vezes em que eu, tão apaixonadamente inocente, chorei de saudades, sorri ao te ver dormindo, acordei no meio da noite pra ouvir seu coração bater, pensei em suicídio quando você não atendeu o telefone, cortei os dedos para fazer um presente que você não levou quando foi embora ou engolí cada uma das suas traições juntamente com a minha dignidade.
Sou mulher e eu te amo. Te amo muito além da compreensão que a sua pouca idade lhe proporciona, muito mais além até da minha compreensão de adolescente que já nasceu idosa.
E para mim é terrivelmente doloroso olhar para trás e ver o quanto eu me humilhei, me limitei e diminuí só para que você achasse bom o bastante para não me trocar, trair sim, trocar não. E então, num belo dia em que você rejeitou minha ligação duas vezes e não deixou sequer um sinal de fumaça posteriormente, percebi que era a hora do adeus.